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Distribuidores revelam receita para o mercado crescer

maiores mercados para acessorios

Qual é a receita para que o mercado brasileiro de equipamentos de som e acessórios automotivos continue crescendo e se desenvolvendo? Quais são os principais problemas e barreiras que limitam esse crescimento?

Diariamente em contato com fornecedores, distribuidores, representantes e varejistas, costumamos ouvir deles observações, críticas e reclamações a respeito dos problemas vividos pelo mercado.

Não adianta negar nem tergiversar: independentemente do que aconteça na economia do país, o mercado de som e acessórios convive com uma série de problemas internos que não só ameaçam o seu crescimento como também limitam seriamente o seu potencial.

Apesar das frequentes referências à economia e à confusa legislação tributária, parece claro que a maioria dos problemas vividos é interno, resultado de políticas, posturas e costumes de alguns ou de muitos dos players.

Durante períodos de crescimento, a tal fase das “vacas gordas”, a demanda aquecida faz com que esses problemas específicos do mercado acabem ficando em segundo plano. Afinal, o que acaba prevalecendo como mais importante é que a empresa de cada um esteja vendendo bem e crescendo, ainda que pudesse vender e crescer bem mais.

Problemas criam oportunidades

Mas, num momento em que problemas na economia do país acabam se refletindo de uma forma ou de outra no nosso mercado, é justamente na eliminação das deficiências setoriais que pode estar a chave para o crescimento.

Essa é, sem dúvida, a grande oportunidade que temos no momento: levantar problemas, discutir soluções, definir prioridades e começar a agir, eliminando o que estiver impedindo ou retardando a expansão do mercado.

Trocando em miúdos, é a hora de “discutir a relação”, “colocar os pingos nos is”, expor a sujeira escondida debaixo do tapete e deixar de fazer o “jogo do contente” para poder “botar a casa em ordem”.

Quando a economia voltar à plena forma, a solução desses problemas e a remoção desses entraves, em maior ou menor grau, prometem resultados muito mais positivos e significativos. E um mercado mais maduro e profissional, com benefícios para toda a cadeia, desde o fornecedor até o varejista.

Problemas e soluções

E quais são esses problemas e obstáculos e suas respectivas soluções? Em nossa opinião, ninguém melhor do que os próprios players, que vivem o dia-a-dia do mercado, para listar essas limitações e apontar quais são as medidas que devem ser tomadas para superá-las.

Por isso, procuramos alguns dos mais experientes empresários e executivos do mercado de som e acessórios para buscar dicas e sugestões que possam contribuir para o debate do assunto.

Ao perguntarmos o que pode ser feito por fornecedores, distribuidores e varejistas para que o mercado brasileiro de som e acessórios melhore e cresça, os distribuidores especializados foram os primeiros a dar suas contribuições.

Um ponto se destaca em quase todas as respostas dos empresários e executivos de distribuição de todos os pontos do Brasil, tanto no caso das empresas de atuação nacional quanto nas de foco regional ou estadual: a prioridade na qualificação de lojistas e instaladores.

Outro destaque nas respostas é a necessidade de maior formalização e moralização do mercado, mencionada em diversos aspectos tais como o respeito à cadeia, a diminuição da informalidade e a adoção de políticas comerciais sérias, por exemplo.

Outro ponto mencionado com frequência é a necessidade de fabricantes e importadores aumentarem o investimento em publicidade e divulgação para o público final, fazendo com que seus produtos sejam mais buscados no varejo.

Os distribuidores contribuem

Confira problemas que impedem que o mercado cresça e respectivas soluções, apontados em algumas das respostas dadas pelos distribuidores:

“Acredito ser necessário investir em profissionalização e treinamento. Diferente do mercado de autopeças, os nossos lojistas vendem e instalam os produtos. Portanto, a qualidade do serviço é fundamental”. (Gildo Colino – SK)

“Diminuir a informalidade”. (Carlito Pintucci – Real Acessórios)

“Crescer, no momento, acho impossível. Mas poderíamos melhorar se não houvesse tanta “queimação” de preços. Assim, teríamos margens melhores, o que faria uma grande diferença no final do mês. Outro grande problema são os preços com que as “pontocom” trabalham. Elas vendem praticamente no mesmo preço que nós, atacadistas, vendemos para o varejo, tornando muito difícil a vida deles e, consequentemente, acarretando dificuldades para nós”.  (Ricardo Cavazzani – Irmãos Cavazzani)

“Treinamento aos aplicadores e criação de uma linha de financiamento para que nossos clientes possam fazer vendas faturadas”. (Alexandre Tauil – DPK)

“Para manter e crescer é preciso ter margem. As vendas atuais não estão propiciando isso, pois o tempo todo temos alguém queimando produtos com preços irrisórios, sem nenhuma atitude por parte dos fornecedores. Quem tabelou como, por exemplo, a PST Eletrônica, o fez com margem muito comprimida”. (Nelson – Auto Partes)

“Investimento e especialização. O mercado necessita de profissionais preparados”. (Aldo Callegari – Matrix)

“Primeiramente, chegar com um preço justo ao consumidor final, já que a cadeia começa com preço competitivo e, no varejo, vemos preços abusivos em muitos casos. Falta, também, maior divulgação dos produtos para o consumidor final. Muitas vezes um produto é lançado e a fábrica o divulga aos fornecedores e lojistas, mas o maior interessado, que é o consumidor final, desconhece o produto. Um exemplo são os alarmes que, a cada dia que passa, estão melhores e com mais tecnologia. No entanto, o consumidor final só conhece e exige PST”. (Emerson Orosco – Irmãos Cavazzani)

“Treinamento, qualificação e, principalmente, a profissionalização dos gestores”. (Marcelo Leite – ML Acessórios)

“Respeitar a cadeia: fábrica, distribuidor, varejo e consumidor. Por exemplo: temos grandes dificuldades com a garantia dos produtos devido às condições impostas pelos fabricantes, principalmente importadores”.  (Ernane Alves – Promotiva)

“Primeiramente os lojistas deveriam valorizar sua mão de obra. Assim conseguiriam ter uma rentabilidade melhor, podendo ampliar suas linhas e manter estoques para atender no ato aos seus clientes. Para distribuidores e fabricantes, proporcionar treinamentos para qualificar e eventos para divulgar ambos”. (Daniel – Dicsom)

“Saber o real potencial e demanda do mercado, trabalhar políticas sérias para atender às necessidades de toda cadeia”. (Humberto Morschbacher – Audiocar)

“Reunir-se e buscar conscientizar o governo que som é um segmento que produz riqueza. Definir melhor a cadeia de distribuição e respeitá-la. Partir mais para a formalidade e excluir os informais via fiscalização, valorizando com isso o segmento perante o Fisco”. (Jacó Duarte – DRT)

“Não deixar faltar mercadoria, acreditar em nosso setor e no nosso próprio trabalho”. (Luiz Fávero – Biguá)

“Cada um, dentro do seu negócio, atentar para alguns pontos, aperfeiçoando tecnologia, atendimento e serviço, buscando sempre a necessidade do consumidor”. (Luiz Nascimento – Danfab)

“1) O governo tem que definir a situação tributária que hoje tá virada, com permissão da má palavra, numa verdadeira zona. 2) É necessário se reunir e conversar; é preciso que cada setor defina o seu espaço”. (Ademir Gabardo – Copal)

“Primeiramente, penso que a formalização e a moralização do nosso mercado, por si sós, já melhorariam muito. E isso deveria partir de todos os fabricantes, tanto quanto de seus distribuidores, inibindo os que ainda trabalham informalmente. Também acho que a oferta de distribuidores hoje não é compatível com o tamanho do mercado, e acho que muitos, com postura de atacarejo, atacadões, ou oportunistas compradores não deveriam ser estimulados pelos fabricantes. Por último, acredito que um maior investimento dos fabricantes para levar aos lojistas o conhecimento de seus produtos e de suas respectivas aplicações pode fomentar de forma progressiva e sustentável nosso mercado”. (Rogério Giestas de Oliveira – Startup)

2 comentários

  1. Bom dia
    Meu nome é Willians e sou gerente geral na Make Safe, fabricante da linha de alarmes New Shock, fica aqui uma ressalva, nós como fabricantes levamos até o distribuidor um produto de primeira linha, com preço honesto, uma política de trabalho séria inclusive para vendas on line e muitas vezes simplesmente recebemos um NÃO do distribuidor, “não” esse cheio de vícios e preconceitos criados pelo próprio mercado ou até mesmo pelos distribuidores que acabam se tornando reféns de algumas empresas que impõem contratos de exclusividade para distribuição de sua marca.
    Nós não temos medo de concorrência, achamos ela saudável e necessária desde que feita com ética, palavra essa que vem sendo esquecida nos últimos tempos.
    Saudades de quando o “bigode” era honrado.

    • Amadeu Castanho Neto

      Olá, Willians.

      Obrigado pelo comentário e por colocar o seu ponto de vista.

      Acreditamos que só o debate franco entre fabricantes, distribuidores, lojistas e representantes pode ajudar a eliminar problemas e distorções, criando um mercado mais forte, ético e sólido.

      Eventos como o Fórum e o ENAN foram criados para dar a oportunidade de empresários e executivos se encontrarem, relacionarem e encontrarem meios de fazer mais e melhores negócios entre suas empresas.

      Aguardamos você no 5º ENAN e no 3º Fórum do mercado de Som e Acessórios para colocar os seus pontos de vista, trocar idéias pessoalmente com outros players e fazer bons negócios.

      Continue participando com os seus comentários!

      Abraços,

      Equipe AutoMOTIVO

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